Santo Estevão de costas para o Paraguaçu
Um importante evento aconteceu na Câmara de Vereadores ontem. Uma reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio Paraguaçu – CBHP. Sem a presença de autoridades, escolas, apenas na abertura passou por lá o prefeito Rogério .. Ficaram até o final os verdadeiros interessados: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Estevão, o vereador Edvaldo Marcelo, prefeitos de cidades banhadas pelo Paraguaçu, Frei Monteiro, representantes da Embasa e EBDA. Esse evento discutiu a formação do órgão quanto à composição dos seus membros, sua origem geográfica e o segmento representado, e sua influência na efetivação da gestão participativa dos recursos hídricos da bacia. Partindo-se da revisão de conceitos como: gestão participativa de recursos hídricos, bacia hidrográfica e geopolítica da água, foi feita uma análise espacial da forma deconstituição do Comitê de Bacia Hidrográfica, e suas implicações para a gestão participativa e dos conflitos em torno dos usos múltiplos dos recursos hídricos. Foram analisados ainda dados qualitativos adicionais (observação não participante nas reuniões do CBHP, questionário e uma retrospectiva histórica do processo de formação do Comitê) como suporte a analise espacial. Este estudo demonstra que existe uma super-representação no CBHP dos irrigantes do trecho alto da bacia do rio Paraguaçu tendo como conseqüência a hegemonia política de uma região sobre as demais, que configura uma geometria de poder conformada pela existência de pólos concentradores de poder político, que possivelmente expresse polarização econômica. Com base nos resultados, problematiza-se os critérios de composição dos comitês de bacia hidrográfica, baseados na representação por setor de usuários, sem levar em consideração a origem geográfica e a vinculação regional ao território. O descaso das autoridades é um absurdo, não houve convites, nem ofícios à associações, imprensa, nem carro de som... nada. Santo Estevão corre o risco de ficar sem representantes no CBHP.